domingo, 14 de outubro de 2012

Doença do Disco Intervertebral

          Disco intervertebral é um disco de cartilagem fibrosa presente entre os corpos das vértebras, nas articulações intervertebrais. Tem como função principal a absorção de impacto, bem como permitir movimentos em diferentes eixos de rotação. A doença do disco intervertebral é comumente observada na prática clínica de pequenos animais. A sintomatologia é bastante variável, pois depende do local afetado e da severidade da doença.  O paciente grau I, por exemplo, apresenta apenas dor nas costas, enquanto que o paciente grau 4 tem paralisia, dor severa e alguns animais não controlam a defecação e função da bexiga. 
          A acupuntura  pode ser utilizada para analgesia, normalizar a função motora e sensorial e distúrbios de controle voluntário da micção. De acordo com a MTC, o principal meridiano relacionado com as estruturas ósseas e a medula espinhal é o Rim. Os sintomas de dor, sensibilidade ou parestesia correspondem a uma obstrução de energia no meridianos. Os objetivos terapêuticos basicamente consistem em restabelecer o fluxo de energia pelos canais acometidos (meridiano da Bexiga e Vaso Governador), fortalecer o sistema muscular (meridiano do Fígado e Baço-Pâncreas) e tonificar o meridiano do Rim. Os resultados e o prognóstico são inversamente proporcionais à gravidade das lesões. Resultados podem ser observados a partir de uma semana a seis meses dependendo do grau da lesão. Quadros agudos dos graus I e II respondem melhor do que casos crônicos e a remissão dos sinais é mais rápida quando o intervalo entre os tratamentos é pequeno.
Caso Tween
No dia 31/05/12 fiz a primeira consulta do cão Tween, um Lhasa Apso de 12 anos com diminuição dos espaços intervertebrais entre C2- C3, T13 - L1, L3 – L4, L4 – L5, L5 – L6. Tween também apresentava um tumor no testículo, otite e muito tártaro nos dentes. Todos sinais de comprometimento do meridiano do Rim. Estava tomando remédio para dor (cloridrato de tramadol), mas mesmo assim andava com dificuldade, por vezes arrastava os membros posteriores e demonstrava muita dor.

Iniciou tratamento com acupuntura duas vezes por semana e fisioterapia. Após 5 semanas, fiz esse vídeo com Tween andando pela casa sem demonstrar o desconforto dos primeiros dias.

Como é normal ocorrer, quando o animal sente a melhora acha que pode fazer tudo que fazia antes da doença e foi em uma dessas "travessuras" que o  pobre cachorrinho voltou a sentir os malefícios da doença do disco intervertebral (dor intensa, paresia dos membros posteriores). Prosseguimos com o tratamento, mas dessa vez apenas uma vez por semana. Inclui mudanças na dieta (dietoterapia) e adicionei medicamento homeopático ao tratamento, e assim, após cerca de 2 meses Tween voltou a andar... e melhor do que antes do incidente! O tumor no testículo foi retirado através de cirurgia com pós-operatório satisfatório. A proprietária relata melhora visível no aspecto do cachorro: "Até o hálito dele está melhor e os dentes mais brancos.", comenta Rosângela, proprietária do Tween.




Dica: Acupuntura em Emergência


          O ponto VG26 (ponto 26 do meridiano de acupuntura denominado Vaso Governador) é o ponto de emergência mais utilizado em Acupuntura. Ele está localizado no meio do focinho do animal, na linha imaginária que liga a extremidade inferior das narinas.
          As suas principais indicações incluem choque, colapso, parada respiratória e cardiovascular, ataque epiléptico agudo, síncope, dor traumática aguda. Não substitua a conduta usual nessas situações, apenas associe o ponto e analise os resultados!
Localização anatômica do ponto VG16 (vermelho)

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Acupuntura para pacientes oncológicos


      O número de diagnósticos de casos de câncer em animais de estimação tem aumentado a cada ano. Este aumento é devido à vários fatores, mas em parte está relacionado ao fato dos animais estarem vivendo mais tempo.
       Não, a acupuntura não cura câncer. Mas pode ajudar, e muito, como terapia auxiliar no tratamento de sintomas da doença. Atua reduzindo ou eliminando quadros de insônia, ansiedade, fadiga, depressão e falta de apetite. Também é usada com sucesso no alívio de sintomas provocados pela quimioterapia e radioterapia, entre eles as náuseas, vômitos, dores articulares e inapetência. No pós-operatório, seu uso permite a redução das dores e a diminuição da medicação analgésica.
    Estudos indicam que a prática de acupuntura, aliada principalmente à fitoterapia chinesa, homeopatia, nutrição e uso de AINES reduzem o crescimento tumoral; portanto, a MTC é uma grande alternativa nos casos de tumores, e também em casos onde a metástase já se instalou no organismo do animal.
   Tratar um paciente que possui câncer com MTC proporciona ao clínico veterinário um diferencial, pois nota-se uma melhora no quadro geral do animal. É ir além do tradicional “ato cirúrgico seguido de quimioterapia”, que é prática comum da medicina ocidental. Além disso, há limitações na doença avançada.
     A Medicina Tradicional Chinesa mostra-se uma terapia bem menos invasiva e a mais natural abordagem para alcançar saúde, longevidade e melhor qualidade de vida.