terça-feira, 29 de maio de 2012

Quando recorrer à acupuntura?

          A acupuntura pode ser indicada para quase todo tipo de doença, exceto em casos de resolução cirúrgica. Na medicina veterinária destacam-se os bons resultados sobre as discopatias (hérnias de disco, calcificações e diminuição do espaço intervertebral), distúrbios reprodutivos, artroses, problemas urológicos (como a síndrome urológica felina) e distúrbios neurológicos (como sequelas da cinomose). Além disso, tem ótimo efeito contra a dor.     Estima-se que as endorfinas liberadas em uma sessão de acupuntura são 200 vezes mais potentes que a morfina. 
          A acupuntura pode ser usada como tratamento exclusivo, mas pode também ser associada a outras terapias como alopatia e homeopatia com a finalidade de melhorar a qualidade de vida dos animais com doenças incuráveis como a insuficiência renal, ou que estão com o sistema imunológico debilitado como nas doenças auto-imunes (anemia auto-imune) ou nos tratamentos quimioterápicos (neoplasias).

Como funciona a acupuntura?

          Existem duas explicações para o efeito terapêutico da acupuntura: uma baseada na visão holística oriental e outra baseada na visão científica ocidental. 
          Segundo os orientais, a doença surge do desequilíbrio energético nos meridianos, por exemplo, um bloqueio no fluxo da energia Qi ocasiona excesso de energia em um meridiano e insuficiência de energia em outro. Esses excessos e insuficiências podem causar dor no trajeto dos meridianos e disfunção dos órgãos que estão ligados a esses meridianos. Através das agulhas, consegue-se tonificar ou dispersar a energia que está causando o problema.
         Do ponto de vista da medicina ocidental, a acupuntura age através de estímulos nervosos que induzem a liberação de hormônios e outras substâncias benéficas.   Histologicamente, os pontos de acupuntura são ricos em terminações nervosas, arteríolas e vênulas. Estudos mostram que o estímulo pela acupuntura pode acionar o hipotálamo e as glândulas pituitárias, responsáveis pela liberação de endorfinas e neurotransmissores, resultando num amplo espectro de efeitos sistêmicos, aumentando a taxa de secreção de neurotransmissores e neuro-hormônios, melhorando o fluxo sanguíneo e estimulando a função imunológica. 
               "Com certeza, no momento, o grande obstáculo que existe à uma maior incorporação das técnicas da medicina chinesa aos arsenais terapêuticos da medicina ocidental, resulta da incompreensão da essência, da linguagem e do funcionamento da primeira pela segunda. Infelizmente, o cientista ocidental encontra-se preso por uma rigidez enorme de conceituações e princípios que dificultam a compreensão de um conhecimento que está registrado numa linguagem diferente daquela a que ele está acostumado." (Botsaris, 2007)

Energia Qi


     Há milênios foi desenvolvido no Oriente, um sistema filosófico, cultural, religioso e científico, relacionando uma energia com todas as coisas e especialmente com os seres vivos. Essa energia é conhecida como Ki no Japão, Qi na China, Prana na Índia e atualmente bioenergia no Ocidente. Os orientalistas que se referem aos escritos cosmológicos e filosóficos, traduzem Qi como sopro, o sopro original  que originou Yin-Yang, mas os acupuntores preferem utilizar a palavra "energia".

Fonte: Fundamentos da Medicina Tradicional Chinesa.
Autor:Alexander Raspa da Silva

MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)

           É a denominação usualmente dada ao conjunto de práticas médicas em uso na China, desenvolvidas ao longo dos milhares de anos de sua história.  A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é tão antiga quanto a humanidade. Pode-se dizer que ela existe desde quando o primeiro homem pressionou e massageou seu corpo instintivamente ao sentir dor. A teoria da Medicina Chinesa afirma que existem condutos no nosso corpo, chamados meridianos, por onde circulam uma influência sutil denominada Qi. Esta influência Qi, na visão chinesa, é a base das funções fisiológicas e psicológicas do organismo e quando a sua circulação normal sofre um bloqueio ou obstrução ocorrem as desarmonias nos órgãos internos, podendo gerar quadros de excesso ou deficiência desta influência (ou energia) sutil.   A MTC, modernamente, é dividida em 5 especialidades principais que promovem o equilíbrio do Qi e melhoram a sua circulação nos meridianos:
  • Acupuntura: tratamento através das agulhas inseridas nos pontos dos meridianos tonificando ou dispersando energia Qi
  • Tui Na: massoterapia chinesa que utiliza técnicas de massagem ao longo do percurso dos meridianos
  • Fitoterapia: tratamento com plantas medicinais
  • Qi Gong: exercícios terapêuticos chineses
  • Dietoterapia: especialidade que trata os desequilíbrios através dos alimentos

    O objetivo destas especialidades não é apenas tratar as doenças mas principalmente prevenir e promover a saúde. Como disse o Imperador Amarelo: “ Esperar ficar doente para procurar o médico é como esperar ter sede para começar a cavar o poço”.